Paula Raia apresentou uma boa coleção de vestidos de festa, em tons clarinhos, brancos, off whites, rosês, um marrom suave e seco, violeta. A. Foi arquitetônico e minimalista, mas rico em detalhes, tressês, torsades, volumes nas laterais, cordões. Leve e chique.
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Paula Raia |
A Ellus interpretou as profundezas marinhas em uma coleção que, literalmente, foi do branco ao preto. Só que, no caso, os meio-tons, ao invés de cinzas, eram uma variedade de azuis profundos, em peças lisas e em estampas aquáticas estilizadas, chegando ao azul petróleo, quase um preto azulado. Os looks em organza crespa, imitando a espuma do mar, até as peças com comprimento mullet, que simulavam as guelras dos peixes. Toques de brilho e transparência, por sua vez, podem ser interpretações das estruturas celulares das anêmonas e de outros delicados seres abissais. O ponto forte, entretanto, foi a parte final do desfile, com bodies, vestidos e hot pants, mais coletes, calças secas, paletós e outros ítens em alfaiataria, em azul noite ou preto, desenvolvidas a partir da observação dos swimsuits dos mergulhadores.
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Ellus |
A Movimento apostou na mistura de flores tropicalistas com o estilo militar. As estampas de maxi flores coloridas sobre fundo branco funcionaram bem. A subversão aconteceu na música, pois, ao invés de marchas imperiais, o público funk. E, como truques de styling, muito boas as viseiras, brincos e braceletes em metal dourado, que imitavam quepes, comendas e punhos da hierarquia das forças armadas. Assim como as pulseiras e colares feitos com cordas coloridas e nós de marinheiros.
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Movimento
Valdemar Iòdice optou por vestidos, blusas e calças brancas em couro, looks em preto e branco, em amarelo lima e em um rosa melancia. E vestidos e jaquetas em jacquards estampados. O fundo do mar compareceu nos acessórios de tubarão e nas estampas coloridas que remetem à exuberância marinha.Se a Ellus optou por uma leitura abissal das profundezas, mais sóbria, a Iódice optou por um oceano cintilante, repleto de peixes iridescentes. A sequência final, na qual as modelos tinham looks fluidos, em tecidos brilhante, cores fortes e transparências com jeito de filamento de alga marinha. O macacão de base incolor com toques de estampa colorida foi um dos pontos fortes.
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Iódice |
Ronaldo Fraga resolveu apostar na Amazônia, sob a ótica das obras literárias de Mario de Andrade, como Macunaíma e O Turista Imaginário. Em um cenário abarrotado de plantas tropicais, as modelos desfilavam sobre uma passarela de ripas de madeira. A coleção começou neutra, em tons de cru, avançou pelas gamas terrosas, em looks que coordenavam mosaicos em madeira com estampas tribais, para, no final, explodir em cores, com estampas de coqueiros e de revoadas de flamingos, esta sobre fundos turquesa e verde. Havia uma variedade de tramas naturais, como linhos, anarrugas amassadinhas e algodões, que ganharam efeitos bordados, como nos vestidos com estampa corrida de penas de pavão. Vestidos longos e curtos, alfaiataria soltinha e confortável, blusas e tops com golas assimétricas. Maxi bijoux de sementes feitas pela Cooperativa de Bijoias de Tucumã.
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Ronaldo Fraga |